quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Por Valério Mesquita

Uma grande comitiva governista trilhava a BR-304, rumo ao sertão. À frente, o governador Garibaldi Filho, levando o precioso líquido via tubulações, às regiões mais carentes. Conforme o relevo, hora os grossos e pretos canos apareciam na superfície, hora sumiam engolidos pelos desníveis do terreno. Junto a Garibaldi muitos candidatos faziam média, pegando carona no ato político-administrativo. Vez por outra, alguém gritava: “Lá vai o cano!”. Um pré-candidato a deputado federal, entusiasmado falou: “Lá vai a cobra preta de Garibaldi!”. Gari, calmo e comedido, olhou de lado e recomendou: “Diga isso só por aqui. Em Caraúbas, Patu, por acolá, não fale em cobra preta. Evite insinuações”. O riso foi geral. Falou a cobra criada.


Valério Mesquita narra que Chico Guajar, enquanto vivo, foi um eterno postulante à prefeitura de São Gonçalo do Amarante. Em carreira solo, Guajar fazia sua campanha falando em todas as esquinas do centro da cidade. “Vim para lutar. Vim para brigar. Vim para defender meus conterrâneos”, assim começava seus discursos. E recriando as palavras do seu ídolo político ele recitava: “Nada impediria de vir! O rio Potengi que nos separa é como um copo d’água! Mas que ninguém beba pra não morrer poluído!!”. Na última eleição que disputou, o guerreiro Guajar ainda conseguiu cinco sufrágios.

sábado, 5 de novembro de 2016

"VELHOS TEMPOS... BELOS DIAS"

Recorte de jornal. Tribuna do Norte.

sábado, 12 de setembro de 2015

SORTE MESQUINHA


Waldemar Campielo Maresco e João Teixeira Filho foram prefeitos do município de Carnaubais, então Vila de Santa Luzia que até 1963 pertencia ao município do Assu. Pois bem, o ex-vereador daquele município, o ativista político e blogueiro Aluízio Lacerda depõe que na década de 70, o poeta violeiro, cordelista chamado Alípio Tavares desencantado com a falta de atenção dos poderes constituídos à época em Carnaubais, estava realizando uma cantoria de pé de parede, vendo a fraqueza dos políticos que não compareciam com sua contribuição ao prato exposto na sala, versejou em tom de desabafo:

Carnaubais quando era Vila
Alguma coisa ainda tinha
Depois que passou a cidade
Entrou numa sorte mesquinha
É saindo Valdemar 
Entrando Teixeirinha


E a cantoria fora encerrada com risos dos circunstantes.











segunda-feira, 10 de agosto de 2015


José Cortez Pereira de Araújo fora governador do Rio Grande do Norte nomeado pelo presidente (militar) Emílio Garrastazu Médici, em 1970. À época, era Diretor no Banco do Nordeste do Brasil. Competente, sonhador, pensador, visionário. Cortez implantou no estado potiguar, projetos ousados como, por exemplo, Projeto Serra do Mel. ‘uma proposta de reforma agrária baseada na exploração econômica do caju’. Pois bem. Certa vez, discursando num simpósio realizado na Serra do Mel proferiu a sua célebre frase: ‘Se unidos somos fracos, desunidos não seremos nada’. Certo colono atento ao seu pronunciamento disse para o amigo que estava ao seu lado que ouvia também, aquele brilhante orador: 'Esse homem sabe de tudo. Sabe até que eu estou fraco. Pois ontem eu não jantei, nem tomei café hoje, nem vou almoçar  e, jantar lá em casa, nem pensar!

domingo, 19 de abril de 2015

DE GERALDO MELO


Geraldo Melo foi secretário de estado, vice-governador do Rio Grande do Norte. Lavasier Maia Sobrinho era o governador (1978-83). Ainda no tempo do Regime Militar. Em 1985 Geraldo coordenou a campanha de Garibaldi Alves Filho que se elegeu prefeito do Natal nas eleições de 1985, fato este que o credenciou a disputar pelo PMDB, o governo da terra potiguar ganhando para João Faustino (PDS) então deputado federal. Geraldo foi também senador da república (1995-03). Quando governador - 1987-91 (antecedendo Radir Pereira que assumiu o governo quando o titular José Agripino renunciou para disputar uma cadeira no senado federal) tinha um programa dominical na Rádio Cabugi de Natal denominado "Conversa com o povo". Pois bem, certo eleitor enviou para ele, Geraldo, uma carta solicitando um motor de fusquinha, para usar num ultraleve (aeroplano). Geraldo com aquela sua voz grave respondeu via rádio, dizendo assim: "Meu amigo José, admiro sua inteligência. Mas não vou poder atendê-lo porque você pode sair por aí voando e cair em cima de uma casa. Aí vão me chamar de irresponsável. E vou lhe presentear com um jumento andaluz porque acho que é um modelo de transporte mais seguro. Abraço do seu governador."

De outra feita, via rádio Cabugi, Geraldo Melo respondeu a certa senhora do interior potiguar que lhe pedira uma ajuda financeira para realizar uma festa baile. Geraldo respondeu: "Dona Maria, se a senhora quer festa vá pro Assu que lá tem todo dia!" - É que Assu é conhecida como cidade festeira.

Em tempo: Quando Geraldo Melo governou o Rio Grande do Norte, o povo potiguar dormia de portas escancaradas, abertas, vivia com segurança. Afinal, além de bom governador, foi um atuante senador da república. Foi ainda vice-presidente do senado.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

TOMAR DE QUEM?



Getúlio Teixeira em seu livro Humor Com Gosto de Sal afirma que em plena campanha política para a prefeitura de Macau, tinha uma chapa formada por Zé Oliveira (prefeito) e Ari Borja (vice). Os dois, para meter a mão no bolso, era uma parada. Para se ver dinheiro daquela dupla, era muito difícil. Era igual à cabeça de bacalhau: para se ver, só indo à Noruega. Duas horas da tarde, em plena Rua Angicos, o termômetro devia estar na marca dos 40 graus. Os candidatos suavam feito chaleira, Ari Borja olha para Zé Oliveira e diz: Vamos tonar uma água mineral? Zé Oliveira, com medo de meter a mão no bolso, respondeu:  Tomar de quem?

Postado por Ivan Pinheiro, do blog Assú na Ponta da Língua