Por Valério Mesquita
Uma grande comitiva governista trilhava a BR-304, rumo ao sertão. À frente, o governador Garibaldi Filho, levando o precioso líquido via tubulações, às regiões mais carentes. Conforme o relevo, hora os grossos e pretos canos apareciam na superfície, hora sumiam engolidos pelos desníveis do terreno. Junto a Garibaldi muitos candidatos faziam média, pegando carona no ato político-administrativo. Vez por outra, alguém gritava: “Lá vai o cano!”. Um pré-candidato a deputado federal, entusiasmado falou: “Lá vai a cobra preta de Garibaldi!”. Gari, calmo e comedido, olhou de lado e recomendou: “Diga isso só por aqui. Em Caraúbas, Patu, por acolá, não fale em cobra preta. Evite insinuações”. O riso foi geral. Falou a cobra criada.