segunda-feira, 21 de julho de 2008

ALUGUEL IRRISÓRIO


Theodorico Bezerra [1903-1994] foi um político potiguar influente. Figura espirituosa. As suas citações sábias, os seus conceitos, as suas estórias pitorescas são incontáveis, estão catalogadas no dicionário folclórico da política potiguar. Por sinal, a TV Globo em 1978 produziu um documentário sobre a vida de Theodorico, intitulado O Imperador do Sertão. Foi um sucesso no país inteiro. Theodorico foi deputado estadual por várias legislaturas pelo PSD e por outras agremiações como ARENA e PDS, além de grande pecuarista e hoteleiro. Ele era amigo íntimo de Juscelino Kubitschek, inclusive chegou a lançar sua candidatura ao governo do seu estado em 1965 (Theodorico 65, era a sua logomarca de campanha). Pois bem, em Natal, Theodorico era locatário do imóvel de propriedade do Governo do Estado, onde explorava uma hospedaria denominada Grande Hotel que chegou a ser o melhor hotel da cidade natalense nos anos quarenta e cinquenta. Era amado por correligionários e odiado pelos adversários políticos.  que comentavam que ele pagava um valor irrisório pelo aluguel do prédio onde funcionava o hotel, ao Governo do Estadual, Certo dia, alguém perguntou a ele, Theodorico, o valor que ele pagava pelo aluguel daquele imóvel que ele explorou durante décadas. Matreiro, respondeu: "Eu pago o que o Governo do Estado me cobra". E papo encerrado.

Em tempo: Certa vez, Theodorico mesmo com aquela toda sua sabedoria, fora infeliz quando o poeta matuto do Assu, já consagrado nacionalmente chamado Renato Caldas ofereceu a ele um livro de sua autoria intitulado "Fulô do Mato.".Theodorico fora infeliz ao tratar o poeta assuense, Theodorico, de vagabundo. Renato não guardou mágoas, nem ressentimentos, porém não esqueceu. Dias depois daquele ocorrido, escreveu a sextilha que logo espalhou-se pela Natal inteira, conforme abaixo:

Eu conheci Theodorico,
Quando lavava penico
No hotel de dona Danona.
Hoje é rico, é potentado.
É major, é deputado.
Oh sorte velha sacana!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

PREFEITO CALÇA LASCADA

Deste livro intitulada Quando a política vale a pena (imagem acima), de autoria do editor deste blog, transcrevo algumas estórias ocorridas com alguns políticos espirituosos e irreverentes da terra norte-rio-grandense. Vamos conferir uma dessas estórias: Walter de Sá Leitão quando prefeito do Assu (1972-75), viajou a Brasília em busca de recursos para aquele importante município do sertão do Rio Grande do Norte. Ao chegar no gabinete do deputado federal Vingt Rosado fora advertido pela secretária daquele parlamentar mossoroense: "Prefeito, a calça do senhor tá rasgada no fundo. Walter não se fez de rogado: - Moça, é que na minha terra, no lugar do paletó, a moda é calça lascada atrás.

sábado, 12 de julho de 2008

SANTINHOS

Francisco Medeiros Dias (Chico Dias) como é mais conhecido na cidade de Assu, terra que ele adotou para viver, candidatou-se a vereador por aquele município, nas eleições de 1982. Ronaldo Dias, de saudosa memória, era importante funcionário do Senado Federal. Ronaldo era potiguar de Lages e tinha estreitas ligações com o povo assuense, onde morou na sua adolescência. Pois bem, a convite do presidente João Figueiredo (com quem tinha o privilégio de gozar da sua amizade), candidatou-se a deputado federal pelo Rio Grande do Norte. No início da sua campanha, Ronaldo foi a cidade de Assu, para pedir a Chico Dias, o seu apoio político. Acordo fechado, entregou a Chico o seu material de propaganda e retornou a Brasília e, poucos dias depois, telefonou daquela capital federal, perguntando: "Primo, como vai a aceitação do meu nome por aí"? Chico foi curto e grosso: "Ronaldo, Hoje eu sai de casa com mil santinhos seus, e voltei com dois mil." - É que Ronaldo era boa gente, porém muito sisudo.

terça-feira, 8 de julho de 2008

"FALOU DO MAL, PREPARE O PAU"

Em 1979, o ex-governador Aluízio Alves, ex-deputado Olavo Montenegro, dentre outros, percorriam o Rio Grande do Norte com o objetivo de formar o Partido Popular - PP. Numa certa viagem de Assu com destino a cidade de Ipanguaçu Olavo fazia comentários nunca antes comprovado, a respeito do deputado Edgard Montenegro, que era o seu adversário político na região do Vale do Açu. Pois bem, comício marcado para às 18 horas na cidade ipaguaçuense, o veículo que conduzia aquelas figuras influentes da política norte-rio-grandense, na metade do caminho deu uma pane no motor. Já passavam-se das 22 horas, aí uma luz vinha se aproximando, Olavo foi pro meio da estrada, mandou o motorista dar sinal de luz, era Edgard que se aproximava dirigindo o seu automóvel que, ao parar o veúculo que conduzia ofereceu socorro a Olavo e aos demais caravaneiros da então "Cruzada da Esperança". É como diz o ditado: "Falou do mal, prepare o pau".

UM GRAUZINHO

Final dos anos oitenta, paulo Montenegro era deputado estadual pelo PL, partido que dava sustentação ao governo Geraldo Melo. Na eleição da presidência da Assembleia Legislativa, salvo engano, no ano de 1989, o caicoense Vivaldo Costa, com quem Paulo votou favorável, se elegeu presidente daquela casa legislativa potiguar. Antes, Vivaldo teria se comprometido com ele, Paulinho, indicar quatro pessoas para exercer cargos comissionados naquele legislativo. O primeiro a ser nomeado foi Regis de Sousa (hoje, radialista  na Rádio Princesa do Vale, onde apresente o Programa Registrando), o segundo foi nomeado veio a ser Sid Montenegro, primo de Paulo e figura influente na cidade do Natal, e o terceiro, acho que foi o jornalista e político Aluízio Lacerda, de Carnaubais, e o quarto seria Fernando Caldas - Fanfa - (ex-vereador do Assu). Pois bem, a nomeação de Fanfa, demorando muito ser publicada no Diário Oficial do Estado, Paulo cobrou daquele presidente é Vivaldo, não vai me dar mais um "grauzinho", não"? Aquele grauzinho, que Paulo se referia, era o cargo de Subsecretário de Administração Financeira e Orçamentária, daquele parlamento potiguar. Dois dias depois o Diária oficial publica a nomeação de Fernando Caldas. 

DANÇA ANIMADA

Certo deputado norte-rio-grandense, das bandas do oeste do estado, ainda daquele tempo do coronelismo, dançava "umas valsas", como diz a expresão popular, num baile que se realizava num certo lugar, seu principal reduto eleitoral. O prefeito da cidade, correligionário daquele parlamentar, mandou alguém advertí-lo: "Deputado, o prefeito mandou lhe dizer que o senhor tá dançando com uma moça que é filha do nosso ferrenho adversário". O deputado foi curto e grosso: "Meu amigo, diga ao nosso prefeito que b.... não tem partido político, não!".